Frequência sexual e menopausa precoce

Mulheres que fazem menos sexo podem entrar na menopausa mais cedo

Veja como sua frequência sexual pode afetar a idade com que você chega a menopausa

Mulheres que fazem sexo mais vezes têm menor probabilidade de entrar na menopausa precoce, de acordo com uma pesquisa realizada pela renomada University College London e divulgada na última quarta-feira (15/01/19). O estudo buscou analisar se fatores do estilo de vida têm o poder de influenciar o momento em que a mulher chega a menopausa.

A análise, com base em dados coletados de quase 3.000 mulheres acompanhadas ao longo de 10 anos, descobriu que fazer sexo semanalmente diminuiu em 28% as chances de entrar na menopausa.

As descobertas são baseadas em dados coletados para o estudo SWAN sobre menopausa nos EUA, nos anos 90. No início, as mulheres tinham em média 45 anos, sendo em sua maioria, casadas ou em um relacionamento.

 

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O que é menopausa?

Menopausa é o nome que se dá à última menstruação, um episódio que ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce.

 

 

O estudo

Os pesquisadores buscaram conhecer vários aspectos da vida das mulheres, inclusive se haviam praticado sexo com seus parceiros, a frequência sexual, qual tipo de relação sexual estabeleceram (sexo oral, masturbação, preliminares ou penetração) nos últimos 6 meses. O padrão de frequência mais respondido era da prática sexual semanal (64%).

No começo do estudo nenhuma das mulheres ainda havia entrado na menopausa, mas 46% estavam começando a sentir os sintomas iniciais, como alterações no ciclo menstrual e ondas de calor. Nos 10 anos de acompanhamento, 45% das mulheres haviam entrado na menopausa, com uma idade média de 52 anos.

Megan Arnot, estudante de doutorado da UCL e líder do estudo, disse que os resultados sugerem que, se uma mulher não está fazendo sexo – e, portanto, não há chance de gravidez – o corpo pode “optar” por não investir na ovulação:

“Pode haver uma troca energética biológica entre investir energia na ovulação e investir em outros lugares, como manter-se ativo cuidando dos netos”, disse ela.

 

Teoria da Avó

A teoria levantada por Arnot é conhecida como “Hipótese da Avó”, na qual a menopausa evoluiu para que as avós pudessem ajudar seus filhos a terem mais filhos, cuidando dos netos existentes.

Isso é explicado em parte, porque a função imunológica da mulher é prejudicada durante a ovulação, tornando o corpo mais suscetível a doenças. Dessa forma, se a gravidez se torna improvável devido à ausência de atividade sexual, o corpo desviaria seu foco para ajudar os parentes existentes.

 

Sexo semanal ou mensal?

O estudo, publicado na revista Royal Society Open Science, descobriu que as frequências dos encontros sexuais podem ter um papel ainda mais significativo do que se imaginava. Mulheres que fizeram sexo semanalmente, independentemente da idade, tiveram 28% menos chances de entrar na menopausa precoce do que aquelas que fizeram sexo mensalmente.

Os pesquisadores ainda não estabeleceram qual poderia ser o mecanismo biológico que relaciona a atividade sexual e o ciclo reprodutivo da mulher.

A explicação aceita pela comunidade médica estabelece que a menopausa ocorre quando o número de células germinativas (ou folículos) dos ovários cai abaixo de um limiar crítico.

 

Sexo e a menstruação

Uma possibilidade para explicar a descoberta é que a atividade sexual estimula a liberação de estrogênio, um hormônio muito importante na complexa cascata de sinais químicos que resultam na liberação de um óvulo todos os meses, através da menstruação. Mas o estudo não testou isso diretamente.

Um desafio, disse Arnot, é que “todos os mecanismos hormonais que cercam a menopausa ainda são pouco compreendidos”, o que significa que o trabalho ainda não pode oferecer respostas muito claras.

Outra possibilidade é que os dois fatores – a frequência com que uma mulher faz sexo e a idade na menopausa – são determinados por algum outro fator hormonal ou biológico que não foi mensurado no estudo. Nesse caso, a conexão não seria causal.

O estudo analisou se viver com um parceiro masculino poderia influenciar a questão, mas não encontrou nenhuma conexão, o que sugere que a exposição aos feromônios masculinos não são responsáveis pelos resultados obtidos.

A professora Ruth Mace, antropóloga evolucionista da UCL e principal autora do artigo, disse: “A menopausa é, obviamente, uma questão inevitável para as mulheres, e não há intervenção comportamental que impeça a interrupção reprodutiva. No entanto, esses resultados são uma indicação inicial de que o momento da menopausa pode variar em resposta à probabilidade de engravidar. ”

 

Por que o desejo diminui entre as mulheres?

Um estudo recente mostrou que quase um terço das mulheres de 18 a 59 anos de idade sofrem com a quedo da libido, e a explicação para isso pode ir muito além do que apenas a “falta de disposição”.

Ao contrário da principal queixa masculina, a disfunção erétil, o maior problema sexual das mulheres é causado por uma combinação de agentes estressores físicos e psicológicos: dupla jornada de trabalho, uso de anticoncepcionais, antidepressivos, a dinâmica do relacionamento, problemas hormonais, etc.

A melhor atitude a se tomar numa situação como essa é procurar ajuda profissional: seja de um médico ginecologista ou endocrinologista para ajustar as questões hormonais, seja de um terapeuta sexual para conversar sobre as questões sexuais do relacionamento e as necessidades individuais da mulher.

A mulher pode aproveitar esse momento para se concentrar em construir uma relação de autoestima e autoconhecimento mais forte e significativa.

A terapia é uma estratégia eficaz para aumentar a baixa libido.

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