Reabilitação Peniana

Reabilitação Peniana após o câncer de próstata

Saiba como funciona a reabilitação peniana após prostatectomia radical

O câncer de próstata pode alterar a vida sexual do homem, especialmente quando a escolha mais segura para se livrar do tumor é a prostatectomia, procedimento que remove toda ou parcialmente a próstata.

Depois de um tratamento contra o câncer de próstata, o grande mito que paira na cabeça dos pacientes é: o fim da vida sexual. O medo da disfunção erétil e também da incontinência urinária, tomam outras proporções neste momento. Sim, esses são problemas que podem acontecer, mas a boa notícia é que são reversíveis

A prática da “reabilitação peniana” para melhorar a função sexual após a prostatectomia radical continua a gerar crescente interesse entre os médicos. Embora a incidência relatada de disfunção erétil após prostatectomia radical varie na literatura de 30% a 80%, a maioria concorda que a qualidade de vida pós-cirúrgica está se tornando uma preocupação maior para pacientes que procuram tratamento para câncer de próstata.

 

O que é Prostatectomia Radical?

A prostatectomia é um procedimento cirúrgico para a remoção parcial ou completa da próstata. Pode ser realizado para tratar câncer de próstata ou hiperplasia prostática benigna.

Uma abordagem cirúrgica comum à prostatectomia inclui fazer uma incisão cirúrgica e remover a próstata (ou parte dela). Isso pode ser feito através de dois métodos: a incisão retropúbica/suprapúbica (parte inferior do abdômen) ou uma incisão no períneo (através da pele entre o escroto e o reto).

Outras razões menos comuns para a prostatectomia radical incluem:

  • Incapacidade de esvaziar completamente a bexiga
  • Sangramento recorrente da próstata
  • Pedras da bexiga com aumento da próstata
  • Micção muito lenta
  • Aumento da pressão sobre os ureteres e rins da retenção urinária (chamada hidronefrose)

Como com qualquer procedimento cirúrgico, complicações podem surgir após em decorrência do processo cirúrgico. Algumas possíveis complicações das abordagens retropúbica e perineal podem incluir:

  • Incontinência urinária
  • Disfunção erétil
  • Esterilidade
  • Linfedema
  • Diminuição do comprimento do pênis

 

Na maior parte dos pacientes que passaram pela prostatectomia radical, é possível preservar os feixes nervosos que provocam as ereções. Contudo, para a retirada da próstata, é necessário manipular a região que contém os nervos cavernosos, o que causa uma paralisia localizada.

Nessas situações, ocorre uma disfunção que pode levar semanas ou meses para plena recuperação. Durante esse período, a inervação que se encontra em processo de recuperação não desencadeia ereções, provocando diminuição da oxigenação dos cilindros cavernosos do pênis que causam a ereção.

Durante a recuperação, a reabilitação peniana procurará provocar aumento da circulação sanguínea nos corpos cavernosos, revertendo o ciclo inflamatório provocado pela falta de oxigenação durante esse período

 

Reabilitação do pênis após prostatecmia radical

Quando as ereções naturais deixam de ocorrer por um período prolongado, podem surgir processos inflamatórios relacionados a não ativação da circulação sanguínea peniana. Em alguns casos, surgem pequenas cicatrizes reconhecidas como fibroses. Por isso, é necessário induzir as ereções até que a fisiologia normal dos corpos cavernosos seja restabelecida. Quanto mais cedo o paciente que passou por cirurgia pélvica se submeter ao tratamento, mais rápida e eficiente será a recuperação da sua função sexual.

Na reabilitação peniana, são feitas intervenções no paciente para provocar ereções de maneira induzida ao menos duas vezes por semana, mesmo que não sejam rígidas e que não aconteçam relações sexuais. Isso permite o retorno da circulação sanguínea, que oxigenará de forma adequada os corpos cavernosos do pênis – cilindros de sangue que o mantém ereto – até que as ereções naturais voltem a ocorrer.

O programa de reabilitação poderá incluir desde o uso de medicações orais e de dispositivos de vácuo, até injeções penianas e reposição de testosterona. As intervenções são baseadas nas particularidades de cada paciente, na qualidade prévia das ereções e nos objetivos pessoais.

 

Tratamento oral para disfunção erétil pós prostatectomia

Os inibidores da fosfodiesterase-5 têm um papel estabelecido no tratamento da disfunção erétil pós prostatectomia radical.

Muitos homens podem desejar recorrer aos medicamentos tradicionais, como sildenafila, vardenafila e tadalafila. No entanto, como o seu mecanismo de ação implica a presença de óxido nítrico no interior das células do músculo liso corporal, apenas os doentes submetidos a prostatectomia radical com preservação nervosa devem responder a estes agentes.

 

Dispositivos de vácuo e Anéis de constrição para reabilitação peniana

Os dispositivos de vácuo e os anéis de constrição são outras alternativas úteis para tratar pacientes acometidos pela disfunção erétil multifatorial após a prostatectomia.

Embora possam limitar a espontaneidade do ato sexual e afetar a ejaculação, uma baixa incidência de efeitos colaterais e baixo custo associado são considerações importantes. Os índices de satisfação dos pacientes são altos e as complicações são geralmente mínimas.

Quando a ereção inicial é satisfatória, mas o problema é a detumescência (afrouxamento) prematura, podem ser utilizados anéis de constrição. Estes são aplicados na base do pênis, onde bloqueiam o retorno venoso, mantendo a ereção.

Tal como com os dispositivos de vácuo, só podem ser utilizados por um período curto e não superior a 30 minutos, devido à necessidade de oxigenação do músculo liso peniano.

 

Terapia Injetável para disfunção erétil pós prostatectomia

Significa administrar medicamentos que promovem a ereção diretamente no pênis. Nesse caso, a terapia funcionará mesmo sem a comunicação cérebro-pênis.

O Alprostadil, prostaglandina que atua através do relaxamento muscular, é o primeiro e único medicamento aprovado para o tratamento intracavernoso da disfunção erétil.

A taxa de eficácia do tratamento na população em geral é superior a 70%, bem como em subgrupos de doentes (diabéticos, por exemplo). As atividades sexuais descritas após 94% das injeções, levam a taxas de satisfação de até 93.5% entre os pacientes.

O aparecimento de fibrose requer a suspensão temporária do programa de injeções por vários meses. Os efeitos colaterais sistêmicos são raros, o mais comum é a hipotensão leve, especialmente, quando se utilizam doses mais elevadas.

 

Bomba de vácuo peniana para disfunção erétil pós prostatectomia

Existem alternativas como a chamada bomba peniana ou bomba de vácuo. No entanto, o objetivo delas não é aumentar o tamanho do pênis como propagandas enganosas alardeiam na internet, mas preservar o tamanho, minimizar a fibrose e atrofia peniana depois das cirurgias como a prostatectomia radical.

Os equipamentos de vacuoterapia determinam uma pressão negativa, com intuito de preencher o pênis com sangue venoso, o qual fica represado no seu interior pela aplicação de uma banda constritora na base peniana.

Preconiza-se o uso da bomba de vácuo gradativamente até conseguir mantê-lo ereto durante 10 minutos. Diariamente ou, pelo menos, três vezes por semana.

 

Prótese peniana para disfunção erétil pós prostatectomia

Quando todas as demais alternativas se mostraram ineficazes ou o paciente não obteve boa adaptação, é possível ainda cogitar o tratamento com implantes penianos (próteses).

O implante, no entanto, não devolverá as ereções fisiológicas e não produzirá aumento do tamanho do pênis. A prótese deve substituir o tecido erétil por um material sintético. O implante garantirá uma rigidez suficiente para penetração vaginal.

Esta modalidade somente é indicada quanto o tecido erétil é considerado irrecuperável, o que não deve ocorrer dentro primeiro ano de pós-operatório.

Para melhor resultado do tratamento, é preciso “abrir a cabeça”, minar os preconceitos, as ideias distorcidas, o machismo, mitos e tabus, que envolvem a sexualidade humana.

Muitas crenças populares, como: o homem sempre tem que dar conta, pode ser a porta de entrada para doenças psicológicas.

Afinal, todo ser humano tem sua história de vida e seus limites, e as performances sexuais não são iguais para todos, principalmente após uma doença grave como o câncer.

Para saber mais sobre os tratamentos, marcar uma consulta sobre Disfunção Erétil ou Reabilitação Peniana após Prostatectomia Radical, entre em contato pelo telefone: (31) 3097.1308

Acompanhe dicas e curiosidades sobre Urologia e Sexologia nas redes sociais: @doutormax