Como a dispareunia pode afetar a intimidade?
Boa parte das mulheres sofrem de disfunções sexuais, mas evitam falar sobre o assunto, seja por constrangimento, tabu, ou porque se sentem repreendidas por seus parceiros.
Sexo é sinônimo de qualidade de vida, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica sexualidade como um dos critérios a ser considerado ao avaliar a qualidade de vida individual.
Neste sentido, é imprescindível falar sobre disfunções sexuais que acometem homens e mulheres, para que o conhecimento se torne mais abrangente e tenha suas causas e tratamentos identificados.
Um exemplo de disfunção sexual, que pode afetar consideravelmente a qualidade da vida sexual de um paciente, é a dispareunia, uma condição que acomete homens e mulheres, embora seja mais frequente nas mulheres.
Mas o que é a dispareunia?
A dispareunia é uma disfunção sexual que acomete até 18% do público feminino no Brasil.
Essa disfunção é caracterizada pela dor genital ou pélvica durante as relações sexuais, que possui uma intensidade variante de superficial a intensa.
Dispareunia Superficial: localizada na entrada da vagina, em que as dores podem ser consequências de infecções ginecológicas vulvovaginais ou pelo fungo fungo cândida albicans.
Dispareunia Intensa: pode ocorrer dependendo da posição durante o ato sexual ou em decorrência de aderências entre os órgãos internos. Casos em que a mulher é acometida por infecção pélvica aguda, também podem causar a dispareunia.
Para que este distúrbio seja diagnosticado como dispareunia, a dor provocada deve causar sofrimento no ato sexual, e não apenas falta de lubrificação vaginal, o que se configuraria em outro problema (vaginismo).
Em consequência desta disfunção, muitas mulheres acabam rejeitando a prática de relações sexuais, comprometendo assim, as suas relações afetivas.
Tipos de dispareunia
Podemos encontrar as seguintes incidências desta disfunção sexual:
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Primária: casos em que o problema ocorre desde sempre, ou seja, desde a primeira relação sexual da mulher ou do homem.
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Secundária: casos em que a relação manteve-se normal por um tempo e a partir de determinado período da vida, iniciaram as dores intensas no ato sexual.
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Situacional: casos em que a dispareunia aparece esporadicamente, dependendo da relação sexual ou do parceiro.
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Generalizada: neste caso a mulher fica impossibilitada de ter relações sexuais com penetração, pois a dor é intensa e desconfortável.
O que pode causar a Dispareunia?
Existem dois fatores causais para a dispareunia, são eles: os orgânicos e os psicológicos.
Lembrando que a causa da disfunção, nunca ocorre de maneira isolada, ou seja, pode se originar a partir da interação de um conjunto de fatores.
– Fatores orgânicos:
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Doenças que afetam a região do ânus;
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Irritação ou infecção do clitóris;
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Infecção urinária;
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Candidíase;
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Tricomoníase;
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Doenças de pele que afetam a região genital.
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Doenças sexualmente transmissíveis (cancro mole, granuloma inguinal, etc)
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Nos homens pode ser em decorrência de fimoses, doenças de pele, herpes genital, doenças do testículo e próstata.
– Fatores Psicológicos:
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Falta de desejo sexual;
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Experiências traumáticas na infância relacionadas à sexualidade;
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Dificuldade de aceitação da sexualidade;
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Crenças morais e religiosas;
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Educação repressiva.
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Medos e Tabus;
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Desinformação;
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Receio de machucar o bebê durante a gestação.
Dispareunia na Intimidade
É necessário compreender que pacientes que sofrem com a dispaneunia, sentem muito incômodo na entrada, dentro ou no fundo da vagina durante o ato sexual.
A vagina possui paredes uterinas coladas umas nas outras quando não está sob estímulo sexual. Quando excitada, a região feminina interna se expande e aumenta sua profundidade, para facilitar a penetração.
Durante esse processo natural, a dispareunia pode ocasionar dor intensa. A repetição do evento pode fazer com que a paciente associe o ato sexual ao sofrimento provocado pelo distúrbio, e assim, desista de manter relações sexuais.
É importante ressaltar que diante de causas orgânicas, mesmo investindo em preliminares ou em outras formas de estímulos, a dor pode persistir enquanto o problema não for devidamente tratado.
Logo, a solução para voltar a ter uma vida íntima saudável é procurar auxílio médico, e assim, receber o diagnóstico e prosseguir para o tratamento da disfunção sexual.
Tratamento
Se a dispareunia estiver associada a um problema físico, como em decorrência de doenças ou infecções, pode ser necessária a prescrição de medicamentos ou, até mesmo, a realização de procedimentos cirúrgicos que possam recuperar a região.
No caso de dispareunia suscitado por motivos psicológicos, recomenda-se o acompanhamento constante de sessões de Terapia Sexual, que possam trabalhar o evento sexual diante de medos ou traumas psicológicos vividos pela paciente.
Você sofre ou já sofreu com algum dos sintomas acima? Conte nos comentários como foi seu tratamento.