Anticoncepcional injetável para homens pode se tornar realidade em breve!
As mulheres têm inúmeras opções para se prevenir de uma gravidez indesejada: pílula anticoncepcional e DIU são as mais populares, mas elas também podem optar por uma injeção mensal.
E os homens? Até agora, os únicos métodos contraceptivos masculinos são a camisinha e a vasectomia. Mas pesquisadores da OMS (Organização Mundial da Saúde) querem mudar esse cenário – finalmente!
Segundo um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, é possível, sim, desenvolver um anticoncepcional masculino injetável.
Aliás, esse método já foi desenvolvido e testado por uma ramificação da OMS e pela Faculdade de Medicina da Virgínia, nos Estados Unidos.
Para elaborar o medicamento, um estudo de um ano foi realizado em dez centros em sete países. Além dos EUA, o Chile, a Alemanha e a Indonésia também fizeram parte da lista.
Cerca de 320 homens com idades que variavam entre 18 e 45 anos fizeram parte da pesquisa. Eles precisaram manter relações monogâmicas pelo menos por um ano e as parceiras é claro, precisaram concordar.
No começo do estudo, a contagem dos espermatozoides dos homens foi checada para garantir que os índices eram normais. Ao longo da pesquisa, os participantes receberam duas injeções de hormônios (progesterona e uma forma de testosterona) a cada 8 semanas.
Para garantir que os casais não iriam encarar uma gravidez indesejada, eles foram encorajados a utilizar outros métodos contraceptivos – porém, sem hormônios.
Ao fim do estudo, foi constatado que o medicamento suprimiu a produção de espermatozoides até o ponto em que a gravidez se tornou improvável – a contagem resultou em menos de um milhão.
Para manter a eficácia do anticoncepcional, a sugestão dos especialistas é tomar a injeção a cada dois meses. Porém, como qualquer medicamento, os contraceptivos têm efeitos colaterais e, por causa dos hormônios, eles não são poucos.
As mulheres que fazem uso de anticoncepcionais com hormônios, por exemplo, já encaram consequências como retenção de líquido, perda de libido e possibilidade de desenvolver depressão e outros problemas psicológicos.
No caso do anticoncepcional injetável masculino, os cientistas também estão trabalhando na redução desses e outros efeitos. Alguns homens que participaram do estudo relataram sentir distúrbios no humor, acne e dor muscular – aliás, 20 homens abandonaram a pesquisa por causa disso.
Apesar dos efeitos colaterais, mais de 75% dos participantes afirmaram que utilizariam o método.
Até agora, o medicamento parece eficaz, mas o médico Mário Philip Reys Festin, da OMS, disse que ele ainda precisa passar por alterações para encontrar o equilíbrio entre eficácia e segurança, afinal, ninguém precisa encarar uma possível depressão para prevenir uma gravidez indesejada, certo?