Sexo: Maior preocupação dos homens é com performance; mulheres, com DSTs

Uso do preservativo é frequentemente negligenciado, segundo pesquisa com três mil pessoas ouvidas

O receio de não satisfazer a parceira e o temor de pegar uma doença sexualmente transmissível. Essas são as maiores preocupações de homens e mulheres, respectivamente, quando o assunto é sexo. Esse é o resultado da pesquisa Mosaico 2.0, coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da farmacêutica Pfizer.

Foram ouvidas três mil pessoas — 1.530 homens e 1.470 mulheres —, com idade entre 18 e 70 anos, divididas em cinco faixas etárias. Os participantes foram entrevistados em sete regiões metropolitanas: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal.

Pela pesquisa, 55% dos homens têm medo de não ter uma boa performance na cama. Já entre as mulheres, 46% têm pânico de pegar uma doença sexualmente transmissível (DST) — a segunda maior preocupação masculina. O grande problema é que, apesar disso, o uso do preservativo – única forma de prevenção – ainda é frequentemente negligenciado: apenas 28% dos participantes afirmaram usar camisinha em todas as relações.

O levantamento, que é uma atualização da pesquisa Mosaico Brasil, realizada em 2008, revelou ainda que 9% dos brasileiros entre 18 e 70 anos não fazem sexo: 7% são mulheres e 2% homens. De acordo com a psiquiatra Carmita Abdo, a pesquisa apontou uma mudança perceptível no comportamento das mulheres em comparação com 2008.

No levantamento atual, 57,1% das mulheres disseram que fariam sexo com alguém só por atração, contra 43% em 2008. No caso dos homens, 76,4% fizeram essa afirmação. Outra coisa curiosa observada na pesquisa é o fato de “sono saudável” ganhar de “vida sexual satisfatória” para as mulheres. Já para os homens, ter bom sexo é quase tão importante quanto se alimentar.

A dificuldade na ereção foi relatada por 32% dos homens. Enquanto o baixo desejo sexual foi admitido por 30,9% da população masculina do País e se apresenta de forma ainda mais forte no Rio de Janeiro (34%) e em Porto Alegre (34%).

Entre as mulheres destacou-se também a dificuldade para alcançar o orgasmo, condição que afeta quase metade das entrevistadas (43%), de forma leve à grave, com predominância entre as mais jovens, de 18 a 40 anos. Em Belo Horizonte, por exemplo, a maioria da amostra, ou 51%, relata que enfrenta esse problema.

Chamou a atenção ainda dos pesquisadores a porcentagem de mulheres (40,3%) que relatam ter dor durante o ato sexual.

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